domingo, 15 de junho de 2008

Bodas

As mãos trêmulas eram mais que um sinal evidente de nervosismo. Lembrança de um momento que mudou sua vida. Assim estava o nono em pleno dia de bodas de ouro. Parecia o mesmo rapaz que um dia teceu sonhos e traçou metas para um futuro familiar. Naquele momento, porém, seu sorriso era de orgulho. Orgulho de ver a família unida e barulhenta, ansiosa pela comemoração de uma união que lhes permitiu a vida.
Ambos em primorosa elegância, nono e nona, entraram na igreja. Se amor é paciência, convivência, complacência, eles aprenderam bem a lição. Pensar que a nona quase desistiu de casar, porque nono Nestor não tinha chapéu (e leia-se: na época, moços abastados e de família deveriam usar chapéu). Está certo que o nono também pensou duas vezes antes de se casar com Ana – diziam que ela era brava demais (que nada!).

Anos depois, todos comemoraram juntos.

P.S.: Pra mim, amor é a estante da sala, na casa dos nonos - repleta de porta-retratos.

domingo, 1 de junho de 2008

Como num céu em que as estrelas se apagam, ele não disse. Nada.
Mesmo depois de uns instantes, restava o brilho – a intenção.

Seus olhos eram um universo de segredos propensos.

Qualquer cometa atrapalhou a revelação, ofuscando – com seu brilho efêmero - as estrelas.
Por um momento.
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