sábado, 10 de maio de 2008

(Des)Construção

Passou a tarde construindo um castelo de cartas.
Desmoronar era o inevitável. Mesmo assim continuava, pelo gosto de ver paredes tão frágeis.

Por alguns instantes, é possível morar nele - pensava.
[Isso foi tudo que conseguiu sonhar.]

Tomou cuidado para criar pequenos corredores de ar, desníveis.
Eles seriam usados em sua própria queda.

Preferia prevê-los a esperar a mudança do tempo.
Qualquer tempestade repentina na alma era certeza de desilusão.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Confissão

Vem. Volta teu ouvido na direção do poço. Ouviste? É esse barulho do vazio que quero que percebas. Assim são teus olhos. Rasos. O silêncio é tão somente relance.
E eu falo de algo mais fundo, que insiste em calar. Quando olhas o chão, em fuga, eu colho teu olhar – um gesto de mãos, sem movimento. Queria mesmo te dar as mãos. Ouviste? Tu procuras respostas em lugares distantes. Mergulha. E as vais encontrar.
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