Navalha do tempo riscou um instante da manhã.
Mero bocejo de carros que iam e vinham pela avenida.
Aos fundos, um homem – alheio em seu próprio jardim.
Tinha a mesma melancolia do cinza e cortava o arbusto como quem diz: pra que vale a vida?
Sua altivez eram pequeníssimas folhas picadas – somente elas esvoaçavam o dia.
Em sua melhor atuação como jardineiro, o homem não fez nenhuma escultura.
Foi sua história que ficou emoldurada na aurora.
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Um comentário:
melhor texto seu que li aqui!
perfeito este. do início ao final.
parabéns!
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